domingo, 13 de março de 2011

FERIMENTO DE AMOR



Sinto me esquecido
Pelo destino e pela sorte
Meu coração tem apodrecido
Como num leito de morte!
Minhas lagrimas secaram
E não tenho mais o soro,
Os meus desejos pecaram
E meus sentimentos choram em coro...
O triste canto do lamento
Que suplica, mas em vão...
E as esferas do juramento
Traspassaram meu coração!
A tristeza me perfura
Penetrando-me o peito,
Já não é mais uma aventura
É um drama em concreto.
A solidão me contagia
E o tempo se esvai
A ampulheta mede a agonia
E a esperança por terra cai!
Não há porque cuidado
E o esperar não conta mais,
O veredito já foi dado
E o decreto é ter a paz!
O suspiro derradeiro
Sai do peito, boca afora,
Volta a Deus seu paradeiro
Que triste então nos olha.
Vê o corpo ali inerte
Sem vida aqui no chão...
E o inferno vem em flerte
Tragando o caixão!
Que por entre as labaredas
No forno do crematório
Deixam em brasa as maçanetas
Quando tiraram do velório
Só meus olhos acompanham
Todo o desfecho...
Letra a letra que ali  teclam
Essas mãos sob o meu queixo.
O poema que é composto
Na tela do computador!
Deixa o meu lado exposto
E nele está a minha dor.
                                                     (Autor: Alves, Osny de Souza)

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