sábado, 28 de fevereiro de 2015

BICHO BRASILEIRO

Há quem diga que brasileiro
Não tem memória nem sabe votar,
Mas o bicho é encrenqueiro
E sabe muito é reclamar!
Há quem nunca lera um livro
Um capítulo, ou página sequer, 

Mas se for de sacanagem eu lhe digo:
No metrô e trens ali lê muita mulher! 

Não leem os de gramática
Só 50 tons até o terceiro,
História,  Bíblia e Matemática
Vivem fechados o ano inteiro!
E há quem diga que brasileiro
É a maior enganação,

O bicho sabe ser trambiqueiro
E essa fama suja a nação. 
Há muito aluno nas escolas
Mas estudantes só uns dois
Mas o que tem peso são as escolhas
mesmo assim empurram pra depois. 

Osny Alves

domingo, 22 de fevereiro de 2015

FRIEZA


Respiramos a dor
Num frio corredor de hospital,
Um lugar onde não há cor
E onde o ser humano é igual!
Aqui gemidos são constantes
Onde o choro na emergência,
Vem dos acompanhantes
Vendo descaso e negligência!
Vemos as macas lotadas
“UTIs”, camas, quartos e leitos,
E mulheres atormentadas
Lutando por seus direitos!
A frieza dos cuidadores
Gela o peito e esquenta a alma,
Os vemos quais opressores
Mas a saída é só termos calma...
A paciência com que escrevo
É de fora de um tabuleiro
Relato tudo o que percebo
No mundo hospitalar brasileiro.
Mas o frio que os acompanha
Gela o ser e os definha,
Quase mata o sonho de quem sonha
Fere-nos e nos esquadrinha.
E creio que frieza é preciso...
Para trabalhar estando nesse meio,
Mas as vezes creio que falta um sorriso
Para aquecer o coração alheio.

Osny Alves

sábado, 21 de fevereiro de 2015

APRISIONADO NA NOITE

Ah quem me dera  
Se as noites fossem menores,
Diminuiria a minha espera
E os meus sonos seriam melhores...
Os meus sonhos teriam sentido
Pois não seria um filme cortado,
E eu não ouviria aquele estampido
Que o silêncio faz ao estar acordado!
Não passaria tanto tempo sozinho
E estaria ainda mais ocupado
Não me sentiria preso em meu ninho
Como um zumbi indo quarto por quarto!
Eu só não quero vagar pela noite
Como um fantasma sem rumo ou destino...
Esse castigo é pior que um açoite
Que recebo desde que era menino.

Osny Alves