domingo, 22 de fevereiro de 2015

FRIEZA


Respiramos a dor
Num frio corredor de hospital,
Um lugar onde não há cor
E onde o ser humano é igual!
Aqui gemidos são constantes
Onde o choro na emergência,
Vem dos acompanhantes
Vendo descaso e negligência!
Vemos as macas lotadas
“UTIs”, camas, quartos e leitos,
E mulheres atormentadas
Lutando por seus direitos!
A frieza dos cuidadores
Gela o peito e esquenta a alma,
Os vemos quais opressores
Mas a saída é só termos calma...
A paciência com que escrevo
É de fora de um tabuleiro
Relato tudo o que percebo
No mundo hospitalar brasileiro.
Mas o frio que os acompanha
Gela o ser e os definha,
Quase mata o sonho de quem sonha
Fere-nos e nos esquadrinha.
E creio que frieza é preciso...
Para trabalhar estando nesse meio,
Mas as vezes creio que falta um sorriso
Para aquecer o coração alheio.

Osny Alves

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