segunda-feira, 29 de julho de 2013

A Gaiola

Imagem Google

Eu fugi de uma gaiola
Em que me tinham prisioneiro
Tinha lá uma vitrola
Que tocava o tempo inteiro!
Tinha ali o meu algoz
E judiava-me um tanto
Que arruinava a minha voz
Era pior que aula de canto!
Quando ela ia dormir
Cobria o meu cativeiro
Via meu bando divertir
E eu ali de prisioneiro!
Mas descuidou-se a donzela
Ao limpar o meu cantinho
Então voei pela janela
E o céu afagou-me com carinho!
Mas volto à tardezinha
E canto um solo de esmola
E quando chega a noitinha
Sinto saudade da gaiola!
Mas ao amanhecer
Ganho novamente a imensidão
Pois vejo o sol nascer
Assobiando uma canção!
Aquela que eu aprendi
Que repetia na vitrola
Mas a coisa mais bela que eu vi
Não estava dentro da gaiola!
É de voar em liberdade
E cantar o que eu quiser
Mas às vezes bate uma saudade
Da gaiola da mulher!
Osny Alves


4 comentários:

JoeFather disse...

Amigo, gostei do poema, e percebi no final um duplo sentido! :) Abraços!

Guaraciaba Perides disse...

Quando a gaiola é boa o pássaro sempre volta...

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

O pássaro não quis fugir da "gaiola", mas das coisas que o incomodava.
Tanto que saía pela manhã e no fim do dia voltava. Mesmo sendo livre pra voar, preferia voltar.