Do
meu braço colado no pescoço dela
Outrora
chamavam cobertor de orelha
Com
blusa de lã e cachecol de flanela!
Ela
mesma dizia pra ficarmos juntinhos
Enquanto
a mãe dela estourava pipoca
De
mãos dadas e respeitosos carinhos
Imaginava
o pai dizer: ei rapaz! Si toca.
Ai
que saudade quando saia andando
Pela
rua escura rua mais que deserta
Que
tinha só Deus e a lua me olhando
E
nem assombração nos deixava alerta!
E
onde o assalto aqui raramente se via
E
andava tranquilo pensando em nada
Sob
a janela alguém declamando poesia
Um
grupo de amigos entoando a serenata!
Ai
que saudade que tenho daquele tempo!
Em
que a Deus eu pedia pra passar depressa
E
que hoje eu suplico só por um momento
Olhar
meu longínquo passado por uma só fresta!
Em
São Paulo lembro-me agora do frio que fazia...
Imaginava
esse agora que no outrora tento voltar
E
da alegria que eu tinha quando ao sítio eu ia
Com
os meus primos pelos campos brincar!
Tudo
era festa, era riso, era amor e correria...
E hoje nesta cidade fria sem ninguém para
amar!
Eu
vejo correr o meu presente no dia a dia
Transformando
o antigo escuro em futuro
E
quando eu paro e reflito essa cruel agonia
Rapidamente
e tão logo eu me censuro...
E
carinhosamente do cobertor de orelha
Eu
me recordo na saudade que sinto ainda
Brindando
com antigos amigos ao pé da lareira
No
sítio saudoso da lembrança mais linda...
By
Osny Alves
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